quarta-feira, 16 de junho de 2010

Favela eleva risco de fogo em viaduto

RIO - Uma semana após o incêndio que destruiu 25 barracos sob um viaduto que liga o Túnel Noel Rosa, em Vila Isabel, ao Jacaré, na Zona Norte, dezenas de famílias vizinhas continuam ocupando moradias precárias, de madeira, e correm o mesmo risco, mostra matéria de Cláudio Motta, publicada pelo Globo nesta sexta-feira. O risco, no entanto, se repete por toda a cidade.

Escondidos entre o Viaduto de Del Castilho e os muros da SuperVia, os moradores de 11 barracos da comunidade Bandeira 1 já enfrentaram um incêndio no início do ano. Vários barracos foram destruídos, e o viaduto chegou a ser atingido. Foi a segunda vez em que a comunidade, com mais de dez moradias de compensado, sofreu com o fogo. Agora, a associação dos moradores tenta chamar a atenção da Secretaria municipal de Habitação para ganhar casas novas em local seguro.
Nem mesmo a Avenida Brasil, uma das principais vias do Rio, por onde chegam a trafegar diariamente mais de 237 mil veículos, escapa do risco. Pelo menos em três pontos, na altura de Parada de Lucas, Brás de Pina e Barros Filho, há barracos sob a passagem dos carros, além de depósitos de material reciclado, com pilhas de papel e papelão.

Estudo preliminar da Coordenadoria Geral de Projetos (CGP) da Secretaria municipal de Obras indica que o incêndio não fragilizou as estruturas da via. A prefeitura informou que o prazo para a recuperação do viaduto é de quatro meses. Técnicos da CGP apontaram a necessidade de retirar o concreto deteriorado pelo fogo nos dois pilares, na parede de contenção e no tabuleiro do viaduto. Onde houver necessidade, serão acrescentadas novas estruturas de ferro (chamadas de armaduras) e algumas receberão reforço de concreto. Tapumes cercam o local e o concreto afetado está sendo retirado.

A prefeitura informou que está pagando aluguel social para 250 famílias do local enquanto estuda um reassentamento definitivo. O secretário municipal de Habitação, Pierre Batista, informou que a prefeitura pretende retirar todas as famílias que moram em áreas de risco até o fim do atual governo, em 2012. De acordo com ele, há cerca de 13 mil famílias nessas condições. As áreas devem ser reutilizadas para evitar novas ocupações.

Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/06/03/favela-eleva-risco-de-fogo-em-viaduto-916785311.asp

terça-feira, 1 de junho de 2010

Câmara do Rio de Janeiro pretende regularizar FAVELA dentro do Jardim Botânico

Projeto na Câmara regulariza 589 casas erguidas em área administrada pelo Jardim Botânico

RIO - A entrada em pauta de votação da Câmara de um projeto de lei declarando como Área de Especial Interesse Social (Aies), para fins de urbanização e regularização, 19 núcleos com 589 casas, instalados em terreno da União administrado pelo Jardim Botânico no Horto, deflagrou reações de vereadores, associações de moradores e da direção do parque. Há o temor de que a criação da Aeis, da forma como está sendo proposta, estimule a expansão das ocupações. A vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB) ressalta ainda que é preciso cuidado para mexer com uma área pública da importância da gerida pelo Jardim Botânico.

- Não se trata de um bem público qualquer, mas de um patrimônio dos brasileiros. Mesmo as comunidades consolidadas que estão ali há muitos anos, em casas cedidas pelo Jardim Botânico a ex-funcionários, sabem que estão em área pública, não serão proprietários e terão somente a posse. Deverão ainda obedecer a normas para não prejudicar as atividades do Jardim Botânico - afirma.

A ocupação do Horto começou no século passado, quando a direção do Jardim Botânico permitiu que funcionários construíssem moradias nas suas terras para ficar mais perto do trabalho:

- Defendemos a permanência de quem esteja morando há mais de cinco anos na área, independentemente da questão de ser descendente de funcionários do Jardim Botânico. Se não é, está lá porque houve permissão de alguém ou então omissão de alguém. No caso, da União - diz a presidente da associação, Emília Santos, irmã do deputado federal Edson Santos (PT).

A proposta em tramitação é de autoria dos vereadores petistas Adilson Pires (líder do governo), Eliomar Coelho e Reimont. Uma preocupação de Andrea é com o fato de os 19 núcleos estarem distantes uns dos outros. Entre eles, Comunidade Dona Castorina, Caxinguelê, Estrada do Grotão e Pacheco Leão 1, 2, 3, 4 e 5.

- Não se trata de área contígua, o que deixa no limbo todo o parque. A Aeis é um instrumento de política urbana, mas ele tem de ser precedido por um projeto urbanístico, feito pela prefeitura - argumenta Andrea.

Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/05/31/projeto-na-camara-regulariza-589-casas-erguidas-em-area-administrada-pelo-jardim-botanico-916749802.asp


Comentário: Seria como regularizar uma FAVELA em pleno Central Park. Mas lá não é a terra da favelização estimulada como aqui.

Recado para o cidadão: Andar na lei, pagar impostos e comprar sua casa onde você pode é mau negócio, no Brasil quem se dá bem são os espertos, os que sonegam, os que andam à margem da lei, os que invadem.