quinta-feira, 15 de julho de 2010

Prefeitura vai esperar mais chuvas para agir (O carnê do IPTU nunca atrasa)

Vítimas das chuvas no Rio ainda aguardam remoção de áreas de risco

RIO - O temporal de abril, que matou 256 pessoas em todo o Estado do Rio, deixou sequelas nos moradores de áreas de risco atingidos pela chuva na capital e região metropolitana. Três meses depois da tragédia, muitos ainda não receberam qualquer apoio do Poder Público municipal, apesar de o prefeito Eduardo Paes (PMDB) ter anunciado a imediata remoção de oito comunidades.

No Morro do Urubu, em Pilares, zona norte, a região do Jacareí foi quase toda demolida, inclusive uma creche construída pelo programa Favela-Bairro há 12 anos. Cerca de 250 famílias do Complexo do Urubu foram reassentadas em apartamentos em Realengo, na zona oeste. Mas, segundo o líder comunitário Edson Baiga, mais 200 moradores estão com o auto de interdição de suas casas e continuam morando em áreas de risco.

"Tem casas que foram interditadas ao longo dos anos, não é só da chuva de abril. Nós fizemos um trabalho com 250 famílias e será executada uma obra da Geo-Rio em toda a comunidade. O laudo completo ainda não foi feito. O risco no primeiro momento foi muito grande, começou pelo Jacareí e a Vila dos Mineiros, agora vai se estender para as outras áreas", afirmou André Santos, subprefeito da zona norte.

No entorno do Jacareí, muitas casas foram danificadas por conta das chuvas de abril e continuam ocupadas. Sandra Maria Pereira, de 64 anos, é uma das moradoras da Rua Luís Vargas: sua casa quase desabou, agora ela mora com uma filha numa moradia também interditada. Ao todo, são dez pessoas na casa, apenas duas adultas.

"Até então, estamos na mesma situação, só deram o auto de interdição no dia 12 de abril e falaram que estava perigoso. Perdi tudo, agora vivo de doação, só quero um canto para botar os meus três filhos", disse Sandra.

De acordo com a Geo-Rio, empresa vinculada responsável pela vistoria dos terrenos, técnicos já estiveram no Morro do Urubu para confirmar os locais onde haverá demolições e reassentamentos de famílias. Segundo Edson Baiga, todos os esforços foram concentrados na Jacareí, por ser o ponto mais crítico e ter um histórico de desastres. Ele questiona o fato de que a cada chuva que ocorre, piora a situação em toda a comunidade.

"Até quando a população vai suportar as chuvas? Já temos o problema da perda material, com pessoas que perderam seus imóveis e utensílios. A gente quer que a prefeitura tome providências para resolver o problema, com o aluguel social ou indo para residência em Realengo", destaca Baiga.

André Santos, subprefeito da região, afirma que é preciso avaliar cada caso. "Às vezes, a casa tem rachadura não só pelo solo, mas também pelas condições de preservação. Todos querem o apartamento, mas não tem para todo mundo, vamos disponibilizar o aluguel social", disse.

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,vitimas-das-chuvas-no-rio-ainda-aguardam-remocao-de-areas-de-risco,576565,0.htm

Um comentário:

Luiz Felipe Petrucelli disse...

Adorei seu blog. Minha opinião é muito parecida com a sua. Acho que favela é uma chaga que deve ser abolida de vez de nossa sociedade. Favela não é lugar onde alguém deva viver, nem mesmo animais, quanto mais gente! Não adianta esse negócio de "UPP", pois essa é a política do "TAPAR O SOL COM A PENEIRA", ou "REMENDAR COM CUSPE". Acho, sim, que as três esferas do governo deveriam construir moradias decentes para toda essa gente, com toda a infra-estrutura, inclusive dando incentivos fiscais para que empresas se instalassem próximas a estes condomínios, aproveitando a vasta mão de obra. Em vez disso, preferem ficar nos enfiando goela abaixo esses seus programas e projetos demagogos, que nada mais são do que uma maneira que encontraram de se perpetuarem no poder.....O problema é que nós, enquanto sociedade, não nos mobilizamos para cobrar um outro tipo de atitude. Parece que a simples menção da palavra "REMOÇÃO" se tornou uma ofensa maior do que chamar a mãe do outro de puta!
Tenho muito a dizer a esse respeito, mas vou parar por aqui, porque, senão, meu comentário ficará maior do que o seu post
Um grande abraço.

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