sexta-feira, 9 de abril de 2010

Demagogia impede remoção de favelas

Demagogia impede remoção de favelas
Aos poucos, foram se formando, no Brasil, especialmente no Rio, favelas por todo o lado. No Governo Sarney, houve um grande alento a essa política errônea, com o fim do Banco Nacional de Habitação (BNH). Se a política habitacional ía mal com o BNH, pior - e muito - sem ele. Isso foi o sinal verde para a favelização.

Ao mesmo tempo, políticos resolveram trocar a habitação irregular por votos. A pretexto de defender as comunidades, impediam que orientação técnica e realmente social prevalecesse. A ação do último governador da Guanabara, Carlos Lacerda, para acabar com algumas favelas emblemáticas do Rio foi erradamente considerada atitude fascista e anti-social. O governador Brizola achou estar defendendo o povo humilde, ao garantir a perenização das comunidades, quando o certo seria ter como projeto sua remoção para áreas mais dignas; como essas áreas são sempre mais distantes do centro, isso teria de ser acompanhado de moderna política de transporte. Dessa forma, em mistura de demagogia com falta de investimento em transporte de massa moderno e saneamento, as favelas foram se proliferando no Rio e no Brasil.
Os defensores de remoção sempre foram considerados retrógrados e os adeptos da perenização das comunidades passaram a ser vistos como políticos conscientes, em plena inversão de valores. Foi necessária uma calamidade com mais de 100 mortes, no Rio, para que muitos vissem a realidade. Uma calamidade onde praticamente 100% dos mortos são de áreas carentes.

O país tem de pensar em política de remoção das comunidades para áreas mais distantes, porém dignas. Sem transporte de massa e infra-estrutura de serviços, no entanto, isso não pode ser feito. A tese de que manter as comunidades nas encostas, sem qualquer racionalidade, está certa, começa a naufragar com a tragédia do Rio. Como ocorre em todo o mundo, os menos favorecidos têm de ter moradia saudável, com serviços disponíveis, como escola e saneamento, embora distante do centro e do trabalho. A recente calamidade mostra que não está ajudando os menos favorecidos quem aceita que se instalem em qualquer terreno oblíquo nos morros.

Fonte: http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=77274

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